Introdução
A doutrina da Trindade,
apesar de ter sido reconhecida depois de instituída a Igreja de Cristo, na
verdade sempre esteve presente em toda a Revelação de Deus através das
Escrituras.
Isto nos mostra a
realidade da Trindade Divina, e o maravilhoso plano de Redenção de Deus aos
homens. A concepção desta grande maravilha de Deus, não foi algo de fácil
compreensão para os cristãos primitivos, visto em sua maioria estarem vindo da
realidade de uma visão monoteísta.
Era
desta forma que os judeus criam. Contudo, com a vinda de Cristo, a descida do
Espírito Santo, e a revelação de Deus aos escritores do Novo Testamento, a
Igreja passou por um processo de compreensão e entendimento dos valores da
Trindade divina.
Nossa proposta é analisar
e trazer alguma luz a esta tremenda realidade, a do Trino Deus, que age
poderosamente através de sua Igreja.
TRINDADE
Falar acerca da Trindade Divina é
perceber que estamos mencionando um dos grandes mistérios da fé cristã. Isto,
porque, há séculos atrás, ela já era discutida e questionada. O próprio Agostinho
em suas confissões já indagava: “Quem
compreende a Trindade Onipotente? E quem não fala dela ainda que não a
compreenda? É rara a pessoa que ao falar da Santíssima Trindade saiba o que
diz. Contendem e discutem. E Contudo ninguém contempla está visão sem ter paz
interior.”
As Escrituras afirmam que Deus é um,
e que além dele não existe outro. (Is. 37.16). Contudo, a unidade divina é
também uma unidade composta de três pessoas (personalidades) distintas e
divinas, que são: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo. Mas como
entender? Como compreender as implicações que envolvem a Trindade Divina? Na
verdade, não se trata de três deuses independentemente, mas sim, três pessoas (personalidades),
compreendidas em um só Deus. Os três cooperam unidos e num mesmo propósito, de
maneira que, no pleno sentido da palavra compreendem um.
O
Pai cria, o Filho redime, e o Espírito santifica; e, no entanto, em cada uma
dessas operações os três estão presentes de forma plena e absoluta.
A
TRINDADE DECLARADA
Diante da afirmação das Escrituras
de que Deus é um, e que além dele não existe outro Deus, poderia surgir uma pergunta:
Como podia Deus Ter comunhão com alguém antes que existissem as criaturas
finitas? – A resposta é que a Unidade Divina é uma Unidade composta, e nesse
contexto há realmente três pessoas (personalidades) distintas, consciente das
outras duas. Entendemos então, que havia comunhão antes que fossem criadas
quaisquer criaturas finitas. Deus, nunca esteve só.
O Pai testificou do Filho (Mt. 3.17
); e o Filho testificou do Pai ( Jo. 5.19 ). O Filho testificou do Espírito (Jo.
14.26), e mais tarde o Espírito testificou do Filho (Jo. 15.26). É difícil
compreender? A doutrina da Trindade é claramente uma doutrina revelada, e não
uma doutrina concebida pela razão humana. Só podemos aprender acerca da
Natureza íntima de Deus, pela sua revelação. (I Co 2.16). Sendo assim, mesmo
não estando expressa na Bíblia, a doutrina da Trindade sempre esteve presente
no contexto pleno da Revelação de Deus em sua Palavra.
Para ser preservada a doutrina da
Trindade, objetivando o não deslocamento para os extremos, que podem ser vistos
através do Sabelianismo e Triteísmo, a Igreja, formulou dogmas, isto é,
interpretações que definissem a doutrina e a “protegessem” contra erros
bíblicos. Como exemplo, temos o Credo de Atanásio, formulado no quinto século: “Adoramos um Deus em trindade, e trindade em
unidade. Não confundimos as Pessoas, nem separamos a substância. Pois a Pessoa
do Pai é uma, a do Filho outra, e a do Espírito Santo, outra. Mas no Pai, no
Filho e no Espírito Santo há uma divindade, glória igual e majestade coeterna.
Tal qual é o Pai, o mesmo são o Filho e o Espírito Santo. O Pai é incriado, o
Filho incriado, o Espírito incriado. O Pai é imensurável, o Filho é
imensurável, o Espírito Santo é imensurável. O Pai é eterno, o Filho é eterno,
o Espírito Santo é eterno. E, não obstante, não há três eternos, mas sim, um
eterno. Da mesma forma, não há três( seres ) incriados, nem três imensuráveis,
mas um incriado e um imensurável. Da mesma maneira o Pai é onipotente. No
entanto, não há três seres onipotentes, mas sim, um Onipotente. Assim o Pai é
Deus, O Filho é Deus, e o Espírito Santo é Deus. No entanto, não há três
Deuses, mas um Deus. Assim, o Pai é Senhor, o Filho é Senhor, e o Espírito
Santo é Senhor. Todavia não há três Senhores, mas um Senhor. Assim como a
veracidade cristã nos obriga a confessar cada Pessoa individualmente como sendo
Deus e Senhor, assim também ficamos privados de dizer que haja três Deuses ou
Senhores. O Pai não foi feito de coisa alguma, nem criado, nem gerado. O Filho procede
do Pai somente, não foi feito, nem criado, nem gerado, mas procedente. Há,
portanto, um Pai, não três Pais; um Filho, não três Filhos; um Espírito Santo,
não três Espíritos Santos. E nesta trindade não existe primeiro nem último;
maior nem menor. Mas as três pessoas coeternas são iguais entre si mesmas; de
sorte que por meio de todas, como acima foi dito, tanto a unidade na trindade
como a trindade na unidade devem ser adoradas”. (Dogma encontrado no Credo
de Atanásio, formulado no quinto século)
Apesar de parecer complicada e
difícil de ser entendida, em razão dos pontos sutis que são observados, na
igreja dos primeiros séculos, essa declaração demonstrou ser um meio eficaz para
a preservação da doutrina. Com o dogma tais verdades preciosas e bíblicas foram
protegidas de distorções.
A TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
Observamos que no Antigo Testamento,
não é ensinado clara e diretamente as verdades da Trindade, e a razão é
evidente. Era comum entre os povos da época, o culto de vários deuses. Daí a
necessidade de se acentuar em Israel, a verdade de que Deus é Um, e de que não
havia outro além dele. Apesar da doutrina não ser explicitamente mencionada,
sua origem pode ser vista no Antigo Testamento.
Todos os membros da Trindade são
mencionados no Antigo Testamento:
1-
O
Pai. (Is. 63.16; Ml 2.10)
2-
O
Filho de Jeová. (Sl. 45.6,7; 2.6,7,12; Pv.30.4) – O Messias é descrito com
títulos Divinos. (Jr.23.5,6; Is 9.6) Faz-se menção do misterioso Anjo de Jeová
que leva o nome de Deus e tem poder tanto para perdoar como para reter os
pecados. (Ex.23.20,21).
3-
O
Espírito Santo. (Gn 1.2; Is 11.2,3; 48.16; 61.1; 63.10 )
Prenúncios
da Trindade veem-se na tríplice bênção de Números 6.24-26 e na tríplice
doxologia de Isaías 6.3.
A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO
Os cristãos primitivos mantinham
como um dos fundamentos da fé o fato da unidade de Deus. Tanto ao judeu como ao
pagão podiam testificar: “Cremos em um Deus.” Mas ao mesmo tempo eles tinham as
palavras claras de Jesus para provar que Ele arrogou a si uma posição e uma
autoridade que seriam blasfêmia se não fosse Ele Deus. Os escritores do Novo
Testamento usam uma linguagem que indicava reconhecerem a Jesus como sendo
“sobre todas as coisas, Deus bendito para sempre” (Rm 9.5). Os cristãos ao
conhecerem a Jesus conheciam-no como Deus. Em relação ao Espírito Santo, os
primitivos cristãos criam que o Mesmo morava neles, ensinando-os, guiando-os, e
inspirando-os a andar em novidade de vida, e não era meramente uma influência
ou um sentimento, mas um ser ao qual poderiam conhecer e com o qual suas almas
poderiam Ter verdadeira comunhão. Viram também pelas Escrituras, que Ele era
descrito, como possuindo os atributos de uma personalidade.
Vemos então a Igreja se defrontando
com as tremendas realidades de que Deus é um, e que o Pai é Deus; o Filho é
Deus e o Espírito Santo é Deus. E que essas realidades constituem a doutrina da
Trindade. Deus o Pai era para eles uma realidade, o Filho era também uma
realidade e igualmente o Espírito Santo era também uma realidade. Chegaram
então a única conclusão de que havia na Divindade uma verdadeira, embora
misteriosa, distinção de personalidades, e que se tornou manifesta na obra
divina para redimir o homem. Várias passagens no Novo Testamento mencionam as
três Pessoas Divinas.
Temos: Mt 3.16,17;
28.19; Jo 14.16,17,26; 15.26; II Co 13.14; Gl 4.6; Ef. 2.18; II Ts 3.5; I Pe.
1.2; Ef. 1.3,13; Hb 9.14 )
Conclusão
Diante de tais verdades
acerca de Deus revelado a nós pela sua Trindade Divina, resta-nos somente louvá-lo,
pela maneira tão especial que Ele tem se revelado a nós. Revelação esta
manifesta pelo seu amor. Temos um Deus com três personalidades distintas, mas
que participam juntos da maravilhosa obra de Redenção do homem.
Pr. Waldyr
do Carmo
Igreja Casa de Oração Cehab
http://casadeoracaocehab.com.br
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BIBLIOGRAFIA.
1-
As
Grandes Doutrinas da Bíblia – Oliveira, Raimundo de. Edições CPAD.
2-
Conhecendo
as Doutrinas da Bíblia – Pearlman, Myer – Editora Vida.
3-
Bíblia
Sagrada.
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essa crença começou a se divulgada depois do ano 320 e.c. mais ou menos, os primeiro cristãos nunca acreditou num deus trino, tanto é que os fundadores dessa ideologia eram pessoas pagãs mais tarde por volta de 1600 martinho lutero e joão calvino assassinou varias pessoas que nâo acreditasse na trindade
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