Introdução:
Qual o papel dos pequenos grupos na
vida de uma igreja local? A qualidade de vida espiritual dos membros de uma
igreja melhora quando a mesma trabalha com pequenos grupos? O Evangelismo se
torna mais eficaz com a implantação dos pequenos grupos na vida da Igreja? Como
é o funcionamento de uma Igreja que desenvolve um trabalho eficaz no contexto
dos pequenos grupos? O presente estudo visa trazer luz a esses questionamentos
e na direção e orientação do Espírito Santo, trazer suporte para a
implementação e gestão dos pequenos grupos na vida da igreja local.
I
– A IGREJA QUE FUNCIONA COM DUAS ASAS
Pode se comparar o funcionamento da
Igreja com uma águia que para voar necessita de duas asas. A primeira é a asa dos pequenos grupos é a
chamada Asa Comunitária. Essa é a asa do cotidiano onde os membros alcançam os
perdidos onde eles estão. É a igreja que funciona através dos relacionamentos
que são trabalhados no dia-a-dia. O projeto dos pequenos grupos na vida da igreja
está diretamente ligado aos relacionamentos e relações interpessoais. A outra
asa da Igreja é a Asa da Celebração. É a asa da Igreja reunida onde os pequenos
grupos se juntam para adorar e celebrar o Salvador Jesus Cristo. Nesses momentos
ela também tem a oportunidade de, através da celebração que oferece a Deus,
estar anunciando a Salvação de Cristo aos perdidos.
II
– COMPREENDENDO A ESTRUTURA DOS PEQUENOS GRUPOS
Para
entendermos mais desse projeto de bênçãos na vida da Igreja é necessário
buscarmos respostas para algumas perguntas:
1-
O
que são os Pequenos Grupos?
2-
Qual a finalidade dos Pequenos Grupos?
3-
Porque
são necessários os Pequenos Grupos?
1
– O QUE SÃO OS PEQUENOS GRUPOS?
São pequenos grupos compostos por
irmãos da igreja local, que se reúnem em casas ou outras dependências com a
finalidade de promover a edificação dos crentes e contribuir significativamente
para a evangelização da cidade.
A ideia é ter vários pequenos grupos
na cidade, se reunindo num mesmo dia para que dessa forma possa haver
edificação na vida dos crentes e o evangelho possa chegar a muitas vidas que
estão precisadas da Salvação de Jesus.
Os Pequenos Grupos podem também se
reunir em outras dependências que não sejam as casas, contudo,
preferencialmente, os crentes devem se reunir nos lares. Essa é a ideia básica
do projeto Pequenos Grupos na vida da Igreja.
Os
Pequenos Grupos se reúnem uma vez por semana. É importante que toda a igreja
esteja se preparando para esse maravilhoso encontro, onde vidas serão
edificadas com a adoração e a celebração que estarão oferecendo ao Senhor.
A estrutura do Pequeno Grupo
-
Líder
-
Auxiliar
do líder.
-
Secretário.
-
Vidas
que participam do grupo.
1.1
– O Líder.
O líder é aquele que guia, lidera o
grupo. Ele tem a responsabilidade de cuidar das vidas que participam de seu
grupo. É ele também quem coordena os encontros semanais, que normalmente
acontecem em sua casa: divulgação, implementação, organização, direção... Tudo
isto, deve estar sob a direção e coordenação do líder do grupo. É muito
importante a criatividade no processo da liderança. O líder poderá programar
muitas coisas que estarão somando e trazendo o envolvimento de todo o grupo.
1.2
– O Auxiliar do Líder.
O Auxiliar, como a própria palavra
já declara, é aquele que auxilia. Então, entendemos que a responsabilidade do
Auxiliar do líder é ajudá-lo na liderança. Ele precisa estar sempre preparado
para assumir a responsabilidade na ausência do líder, ou quando o líder o
solicitar. Cabe ao líder também, prepará-lo para quando for haver a divisão do
grupo, o auxiliar se encontrar em condições de se tornar o futuro líder do novo
Pequeno Grupo.
1.3
– Secretário:
O secretário deverá:
-
Controlar
a frequência através do “diário de frequência”
-
Preparar
relatórios.
-
Cartas
aos aniversariantes.
-
Materiais
de divulgação do grupo.
-
Cartões
de boas-vindas aos novos participantes.
-
Estar
atento para qualquer situação onde seja necessária a sua atuação.
1.4
– Participantes do Grupo.
A participação de vidas no processo
do Pequeno Grupo é de real importância. É fundamental que se comece com os
membros da igreja. Mas é preciso que esse grupo atinja a comunidade onde ele
está inserido. Sendo assim o Pequeno
Grupo estará ganhando almas para Jesus, e naturalmente gerando outro Pequeno
Grupo que posteriormente estará também ganhando mais almas e gerando outro
Pequeno Grupo. Esse é o Projeto de Deus para a vida de nossa Igreja.
2 – QUAL A FINALIDADE DOS PEQUENOS
GRUPOS?
2.1 - Adoração Coletiva ao Senhor.
A Bíblia nos afirma em
João 4.23 que Deus procura verdadeiros adoradores que o adorem em espírito e em
verdade. Em Atos 16.25, encontramos uma realidade maravilhosa do que seja a
adoração coletiva. Paulo e Silas estavam presos, mas nem a cadeia e os açoites
impediram a esses servos de Deus de adorarem ao Senhor e contagiarem os que
estavam presentes com esta adoração. Quando o Pequeno Grupo se reúne, ele tem a
oportunidade de oferecer ao Senhor uma maravilhosa celebração, onde a adoração
coletiva sem dúvida estará presente.
Neste encontro de
bênçãos, vidas estarão adorando ao Senhor com suas vidas, com o louvor, com
suas atitudes. Enfim, a manifestação da glória de Deus será uma realidade na
vida de seus verdadeiros adoradores.
2.2 - Oração em conjunto
Em Gálatas 6.2 lemos:
“Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo”. Lemos
também em Efésios 6. 18. “Com toda a oração e súplica, orando em todo o tempo
no Espírito e para isto vigiando com toda perseverança e súplica por todos os
santos...” Nas reuniões dos Pequenos Grupos, Deus também concede a oportunidade
do envolvimento em oração conjunta. Nesse momento, os novos convertidos podem
aprender a orar, as necessidades dos irmãos podem ser colocadas de forma
espontânea e assim os irmãos orarem objetivamente. A oração move o coração de
Deus; se não há oração não há também o mover do Espírito de Deus. É fundamental
que os Pequenos Grupos tenham um tempo para se envolverem com a oração em
conjunto.
2.3 - Oportunidade de aprender da Palavra
de Deus.
O Salmo 119.11 nos afirma:
“Guardei no coração a tua Palavra para não pecar contra ti”. A Palavra de Deus é o manual do crente; é ela
que nos orienta, nos conforta e nos direciona. Ela nos molda para sermos
bênçãos nas mãos do Senhor. É preciso que o crente saiba manejar bem esta
Palavra. (IITm 2.15). Participando dos Pequenos Grupos os crentes aprenderão da
Palavra de Deus. Serão alimentados por ela. As lições que são apresentadas nos
Pequenos Grupos são totalmente embasadas na Palavra de Deus, e sempre trazem
desafios para o crente melhorar sua vida diante do Senhor.
2.4 - Deus usando seus servos com os dons
do Espírito Santo.
Apesar dos encontros nos
Pequenos Grupos serem de forma informal, é importante que não se perca o
referencial de que nesses encontros, assim como na igreja, estamos oferecendo
uma celebração ao Senhor. Nesse lar está representada a Igreja do Senhor Jesus,
através das vidas dos crentes que participam do grupo. Portanto Deus também nos
dá a oportunidade de servirmos a Ele com os nossos dons. É oportunidade também
de descobrir o dom que Deus tem me dado e usá-lo para louvor da Sua glória.
Existe um maravilhoso hino que diz: “a cada crente Deus dá um dom...” e sem
dúvida esse dom é dado para ser usado para o bem da Igreja do Senhor.
2.5 - Demonstração de Amor.
A Palavra de Deus nos
afirma em Mateus 22.37,39 “Ame ao Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de
toda a sua alma e de todo o seu entendimento...
Ame ao seu próximo como a si mesmo”. Com o desenvolvimento do grupo
familiar, os laços de amizade, confraternização e principalmente a demonstração
de amor são aumentados. Naturalmente cria-se um vínculo maravilhoso entre os
irmãos que passam a demonstrar de forma natural o amor de Deus. No grupo
familiar Deus dá a oportunidade de demonstração de amor para com o próximo.
2.6 - Comunhão, edificação e unidade.
Naturalmente os crentes se envolvem e
a comunhão a edificação e a unidade passam a fazer parte deste grupo.
a) Comunhão
Na palavra comunhão temos a junção de
duas outras palavras: “comum” e “união” – a palavra significa “União
comum”. Isto é maravilhoso; os membros
do Pequeno Grupo passam a experimentar uma união que é comum a todos. Eles
sabem que estão unidos por um propósito divino como Igreja viva do Senhor
Jesus.
b) Edificação
A palavra edificação vem
de edificar, construir. Os que participam da vida de um Pequeno Grupo são edificados mutuamente. O
grupo cresce e experimenta grandes milagres vindos de Deus.
c) Unidade
Unidade quer dizer “um” – É assim na
vida de um Pequeno Grupo. A unidade passa a se fazer presente. Os alvos, as
metas, os propósitos são os mesmos. Todos caminham numa mesma direção. Há um
empenho natural na vida de todos para se chegar aos objetivos traçados. O amor
é colocado em prática e a unidade estabelecida na vida do Grupo.
2.7 - Evangelismo.
Como resultado, esse movimento de
bênçãos atinge a comunidade, que também começa a participar desse Pequeno
Grupo. Cumpre-se então na vida dos Pequenos Grupos da Igreja o que aconteceu
com a Igreja Primitiva. Em Atos 2.42-47, após vermos as maravilhosas bênçãos
que Deus proporcionou à vida daquela igreja encontramos uma expressão que nos
fala profundamente. A Palavra de Deus
nos afirma que aquela Igreja “caiu na graça do povo”. Ela caiu na simpatia do
povo. As pessoas começaram a se envolver com a igreja e foram alcançadas pelo
Evangelho de Salvação do Senhor Jesus Cristo. Isto, sem dúvida, Deus quer
realizar através dos grupos familiares de nossa igreja. Deus quer salvar vidas
em nossa cidade. Deus conta conosco.
3- PORQUE SÃO NECESSÁRIOS OS PEQUENOS GRUPOS?
Evangelizar é ordem de Jesus. (Mt.
28.18-20) – Para realizar tarefa tão nobre, tão especial, a Igreja do Senhor
Jesus, tem sido equipada biblicamente com vários métodos de evangelismo.
Louvado seja o nome do Senhor Jesus, por esta ferramenta tão especial que Ele
tem dado para a sua Igreja, os Pequenos Grupos.
Eles são necessários em razão de ser
uma ferramenta simples e prática na vida da Igreja Local. O modelo também é
Bíblico e foi a chave do sucesso da Igreja Primitiva. Essa era a forma de trabalho
da Igreja do primeiro século. (Atos dos Apóstolos).
Através desse maravilhoso projeto,
toda a igreja estará tendo a oportunidade de cumprir com o seu propósito maior
que é glorificar a Deus (adoração) e evangelizar aqueles que estão perdidos.
Através da dinâmica dos Pequenos
Grupos a Igreja experimentará um processo multiplicativo de almas que serão
alcançadas pela Mensagem da Cruz de Cristo. E isto, sem dúvida, será um marco
profundo de ampliação na estrutura evangelizadora dessa Igreja.
A seguir veremos as fases que são
vividas na estrutura de uma Igreja que atua através da dinâmica dos Pequenos
Grupos.
Etapas
básicas do processo dos pequenos grupos:
ü GANHAR (= EVANGELIZAR)
A Igreja ganha almas para o Senhor
Jesus, através dos cultos da igreja, dos cultos em ar livre, evangelismo
pessoal, entrega de folhetos, conferências especiais, Pequenos Grupos que é o
caso em questão e outros.
ü CONSOLIDAR (= INTEGRAR)
Esse é o processo em que a igreja
estará levando o novo crente a firmar-se na fé e, após o batismo, ser integrado
como membro da igreja. Além das ministrações no próprio grupo, a igreja também
poderá disponibilizar outros meios para que o novo crente esteja amadurecendo e
sendo integrado.
ü TREINAR (= DISCIPULAR)
Nessa etapa, o novo crente estará
sendo treinado, ou seja, discipulado com o objetivo de se tornar maduro
espiritualmente e com condições de, sendo chamado pelo Senhor, estar liderando
um grupo familiar. Esse treinamento se dá pelo acompanhamento do discipulador,
escola dominical, retiros espirituais, nas etapas normais dos Pequenos Grupos,
nos treinamentos de liderança, Seminário Teológico Básico e mensagens pregadas
pelo pastor...
ü ENVIAR
O “envio” acontece, quando na
direção do Senhor, o discípulo se transforma em um Líder Discipulador. Esse
Líder será transformado em um Líder de Pequeno Grupo. Esse processo levará em
média um ano e dois meses. É o tempo que se leva normalmente para que uma
pessoa seja: gerada, consolidada, treinada e enviada para liderar um Pequeno Grupo.
Agora esse crente será na dependência do Senhor um Líder de um Pequeno Grupo da
Igreja.
4 – A DINÂMICA DO FUNCIONAMENTO DOS PEQUENOS GRUPOS NA VIDA DA IGREJA
ü Cada
pequeno grupo possui uma liderança composta de Líder, auxiliar do líder e
Secretário. O Líder é responsável pela coordenação do pequeno grupo, ele tem a
responsabilidade de facilitar e tornar funcional a vida do grupo. Nos encontros
do grupo, não se deve convidar outras pessoas para dirigirem a Palavra. Por
mais “ungidas/consagradas” que sejam. Isso, possivelmente traria problemas para
os pequenos grupos que ao longo do tempo estariam fadados a perderem sua
identidade, que é a identidade da Igreja num todo.
ü A
duração dos encontros semanais deve ser de no máximo 1 h e 30min (90 minutos).
Início às 19h e 30min e encerramento às 21h. Deve-se observar a pontualidade
nos horários, início e encerramento. Deve-se iniciar com aqueles que se fazem
presentes.
ü Esta
deve ser a divisão do tempo para o bom aproveitamento nos encontros. Algumas
alterações circunstanciais na dependência do Espírito Santo poderão acontecer.
Contudo, o padrão estabelecido pela Igreja deverá ser o que se segue.
v Encontro
– (15 minutos) – Palavra introdutória do Líder, oração, quebra-gelo. A
informalidade deve ser a tônica.
v Momento
de Louvor e Adoração – (15 minutos) – Leitura da Palavra de Deus seguida de
adoração e louvor.
v Edificação
– (40 minutos) – Esse é o momento onde o líder leva o grupo a reflexão na
Palavra. Com base na mensagem que foi pregada na celebração do Domingo, através
de perguntas o líder levará o grupo a tirar lições práticas para o dia-a-dia,
buscando assim o crescimento e amadurecimento espiritual.
v Evangelização
– (20 minutos) – Esse é o momento de apresentarmos o nosso círculo de amizades
e familiares diante do Senhor. Contamos nossas experiências de evangelismo
pessoal e planejamos estratégias o alcance de outras pessoas através do nosso
testemunho pessoal. É também momento de avisar aos novos alcançados dos dias e
horas dos cursos de discipulados individuais. A seguir, em grupos de 3 pessoas,
com orações por necessidades pessoais, a reunião é encerrada.
ü
Os
encontros devem acontecer de maneira informal, isto é, os participantes devem
se sentar em círculo, incluindo o líder e todos que participam igualmente. Não
deve haver monopólio por parte de ninguém, inclusive do líder.
ü
As
oportunidades para testemunho devem acontecer, contudo, não poderão exceder a 4
minutos. A cada semana um participante do grupo deverá ter oportunidade para
contar seu testemunho. Isto gerará fortalecimento aos participantes do Pequeno
Grupo.
ü
O
pequeno Grupo conta com a Unção do Espírito Santo de Deus. Milagres
acontecerão, vidas serão alcançadas por Cristo e transformadas pelo Poder de
Deus. Vidas serão cheias do Espírito Santo e usadas em dons e ministérios para
a edificação e crescimento da Igreja.
ü
De
forma mútua, os participantes do grupo devem se estimular a comparecerem aos
Encontros de Celebração da Igreja.
ü
Nada
poderá competir com as reuniões semanais dos pequenos grupos. Nenhuma outra
reunião poderá anular o encontro do pequeno grupo.
ü
O
número ideal de membros para os pequenos grupos é de 12 membros. Sempre que o
número atingir 18 vidas arroladas, deverá haver a multiplicação formando assim
um novo pequeno grupo. Isto facilitará a comunhão, o aprendizado e a atenção ao
não membro e visitantes.
ü
O
Espírito Santo em sua Soberania é quem dirige as ações dos Pequenos Grupos.
Conclusão:
De forma simples e objetiva pudemos
aprender um pouco sobre os Pequenos Grupos na vida da Igreja local. Houve
também a compreensão plena da necessidade emergente de se usar essa ferramenta
tão eficaz na vida da Igreja. O querer de Deus é que todos os membros estejam
envolvidos na proclamação do Reino de Deus. Isto se dá quando os membros entendem
e vivenciam a adoração que é devida ao Senhor e a anunciação do Nome de Cristo
aos perdidos. Com a Igreja envolvida na dinâmica dos pequenos grupos, esses
valores se tornarão evidentes em toda a Igreja que de forma natural cumprirá
sua missão como Agência de Cristo na terra. Que o Senhor Deus nos dê forças e
suprimento para que num futuro próximo possamos ver a Casa de Oração da Cehab,
em sua totalidade, envolvida e compromissada com a Obra do Senhor Jesus e que
possamos dizer com muita alegria. “Maranata, ora vem Senhor Jesus!”
___________________________.
BIBLIOGRAFIA
- Bíblia Sagrada
- Apostila de Igreja em Células. Pr.
Ivo Gomes do Prado 1ª Edição – 07/1997 - 2ª edição – 03/2000
- Grupos
Familiares – Um modelo Brasileiro. Claudio Ernani Ebert. Ed. Vida
Pr.
Waldyr Silva do Carmo.
Igreja
Casa de Oração Cehab.
Itaperuna.
RJ
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